Wednesday, April 24, 2024
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O consumo frequente de comida de restaurantes e o aumento do risco de morte

Num artigo publicado em PLOS ONE, investigadores nos EUA analisaram uma possível ligação entre a ingestão frequente de comida de restaurantes e um maior risco de morte.

Nos EUA é muito comum a ingestão de comida de restaurantes, seja por conveniência ou socialização. No entanto, as comidas servidas em restaurantes são muitas vezes de alto teor energético, com valores elevados de gordura e sal e pobres em nutrientes. É por esta razão que os investigadores assumem uma relação entre o consumo frequente de comida de restaurantes e um estado de saúde debilitado. Até à data, apenas alguns estudos analisaram a associação entre a comida de restaurantes e o peso corporal, o colesterol HDL, os níveis de glucose e os níveis de insulina. Não existem nos dias de hoje estudos publicados que investiguem a associação entre a frequência de ingestão de comida de restaurantes e o risco de doenças cardio-metabólicas e risco de morte por todas as causas.

Pode a ingestão de comida de restaurantes levar à morte?

Num artigo publicado em PLOS One, investigadores nos EUA levaram a cabo um estudo coorte prospetivo e observacional para examinar a associação entre a ingestão de comida de restaurantes e o risco de doenças cardio-metabólicas e risco de morte por todas as causas na população dos EUA.

Foram recolhidos dados acerca da frequência do consumo de comida de restaurantes dos inquéritos nacionais de saúde (National Health and Nutrition Examination Surveys) entre os anos de 1999 e 2004, os quais foram comparados com a informação acerca da mortalidade fornecida pelo Centro Nacional de Saúde e Estatística (National Center for Health Statistics). A população em estudo era de 40 anos de idade. Foram excluídas mulheres grávidas ou em aleitamento e aqueles com informação incompleta relativa aos biomarcadores, à frequência do consumo de comida de restaurantes e seguimento do estudo acerca de uma possível morte. Para além da análise dos dados de mortalidade, os investigadores examinaram também os biomarcadores cardio-metabólicos e nutricionais, tais como o colesterol total e HDL, os triglicéridos, a glucose, a insulina, a proteína c-reativa, o folato, os carotenóides, e as vitaminas C, D e E.

Mais de um terço dos inquiridos reportaram o consumo de comida de restaurantes pelo menos 3 vezes por semana e apenas 10% reportaram nunca consumir a mesma. A ingestão frequente de comida restaurantes foi notada em homens caucasianos, não-hispânicos, de idades entre os 40 e os 59 anos, com um índice de IMC elevado, de maior nível de educação e remuneração salarial, consumidores de bebidas alcoólicas e que não sofriam de doenças crónicas.

A comida de restaurantes não está associada à morte por todas as causas

Após o ajuste de variáveis, a análise em causa não revelou qualquer associação entre a frequência do consumo de comida de restaurantes e a morte por causas cardio-metabólicas e por todas as causas. O estudo de outros biomarcadores não mostrou qualquer ligação com a frequência do consumo de comida de restaurantes. Houve, de fato, uma redução de alguns biomarcadores nutricionais com o aumento da frequência do consumo de comida de restaurantes, tais como o folato e os carotenóides. Mas não foi encontrada qualquer associação relativa às vitaminas C, D e E.

Este foi o primeiro estudo a investigar a associação entre o consumo de comida de restaurantes e a morte, sendo que o foco de estudos passados eram determinadas condições, como por exemplo a diabetes tipo 2 e a diabetes gestacional. Os pontos fortes deste estudo foram a amostra representativa a nível nacional, a indicação do IMC à data do inquérito, a existência de múltiplas variáveis e dados acerca da frequência do consumo de comida de restaurantes. As limitações deste estudo incluíam a sua natureza observacional, a falta de seguimento acerca da continuidade do consumo de comida de restaurantes, e o estado latente de muitas doenças metabólicas que pode não ter sido recolhido durante o curto período de seguimento de 9 anos.

Em suma, apesar da ligação existente entre o consumo frequente de comida de restaurantes e uma alimentação de baixa qualidade, este estudo não encontrou qualquer associação entre o consumo frequente de comida de restaurantes e a morte por causas cardio-metabólicas e por todas as causas.

 

Escrito por Maggie Leung, PharmD
Traduzido por Ângela Carvalho, PgC

Referências: Kant, A. K., & Graubard, B. I. (2018). A prospective study of frequency of eating restaurant prepared meals and subsequent 9-year risk of all-cause and cardiometabolic mortality in US adults. Plos One, 13(1). doi:10.1371/journal.pone.0191584

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