Wednesday, April 24, 2024
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Investigadores utilizam células estaminais para tratar ferimentos

Um novo estudo analisou os benefícios da utilização de células estaminais na engenharia de tecidos para reparar e regenerar partes do corpo humano.

A investigação de células estaminais apresenta grande potencial para o desenvolvimento da medicina, de terapias e da saúde humana. As células estaminais são indiferenciadas capazes de gerar tipos de células especializadas, tecidos e orgãos. Num novo estudo publicado em Military Medical Research, Dr. Miskon, da Malásia, e os seus colegas descreveram as formas através das quais as células estaminais podem ser utilizadas na engenharia de tecidos para tratar ferimentos causados em conflitos armados. Os cientistas esperam que ao utilizar a tecnologia associada às células estaminais nos materiais de reconstrução, em conjunto com fatores de crescimento adequados, talvez sejam capazes de tratar ferimentos que necessitam da reparação ou substituição de orgãos.

Regeneração de orgãos e tecidos

As células estaminais adultas são uma fonte promissora na área da reparação e regeneração de tecidos. Ferimentos de balas, explosões, exposição a materiais perigosos ou calores nucleares podem causar danos severos à pele. Hoje em dia os enxertos de pele parciais são vitais para fechar feridas mas as cicatrizes hipertróficas e a consequente fraca elasticidade da pele resultam em má funcionalidade e propriedades cosméticas. Recentemente, o Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas dos EUA (US Armed Forces Institute of Regenerative Medicine) utilizou com sucesso as células estaminais do próprio paciente para criar um substituto de pele e tratar queimaduras severas. As células estaminais adultas e embrionárias poderiam ser utilizadas para fazer crescer células recetoras de um olho para recuperar a visão.

Restauração do sistema nervoso

O sistema nervoso humano é um orgão complexo composto por várias células nervosas. Durante a guerra do Iraque, mais de 2,00 soldados americanos sofreram ferimentos traumáticos cerebrais e da coluna causados por projéteis, explosivos e exposição química e radioativa. Este tipo de ferimentos podem causar imobilidade total, afetar a sensibilidade sensorial e as respostas motoras abaixo das áreas afetadas. Os cientistas são agora capazes de utilizar as células estaminais da medula óssea para restaurar parcialmente feridas do sistema nervoso.

Reparações osteomusculares

Traumatismos ortopédicos em conflitos armados são comuns mas de tratamento difícil. Ferimentos osteomusculares a nível dos ossos, cartilagens, tendões, tecidos adiposos e músculos podem limitar a capacidade de mobilidade dos soldados devido à dor severa. A maior dificuldade no desenvolvimento dos tratamentos de medicina regenerativa são as fontes celulares utilizadas para reparar e regenerar os tecidos osteomusculares. O estroma da medula óssea e as células estaminais do tecido adiposo têm mostrado resultados promissores na reparação estrutural e regeneração dos tecidos osteomusculares, e ao mesmo tempo reduzindo as ocorrências de infeção e cirurgia.

Células sanguíneas

A perda de sangue pode ser fatal e requer tratamento urgente. Os glóbulos vermelhos criados das células estaminais do cordão umbilical têm ajudado os cientistas as criar sangue artificial capaz de tratar soldados feridos em campos de batalha remotos. Os cientistas são agora capazes de produzir amostras de sangue do tipo sanguíneo O num ambiente semelhante à atividade hematopoiética que ocorre na medula óssea.

Desenvolvimentos da medicina

Os desenvolvimenots da tecnologia de células estaminais permitem a reparação e regeneração dos tecidos e orgãos humanos. Estes desenvolvimentos podem vir a salvar centenas de milhares de vidas que caso contrário teriam perdido a vida devido aos ferimentos. Existe no entanto um grande caminho a percorrer para que os cientistas possam aplicar estas tecnologias num ambiente clínico de forma eficaz e eticamente correta.

 

Escrito por Man-tik Choy, Ph.D
Traduzido por Ângela Carvalho, PgC

Referências: Ude, C.C., et al. 2018. Application of stem cells in tissue engineering for defense medicine. Military Medical Research, 5:7. DOI 10.1186/s40779-018-0154-9.

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