Um estudo coreano recentemente publicado no Nutrition Journal avalia a associação entre a inclusão de frutos secos na dieta alimentar e o risco de cancro colorretal.
O cancro do cólon e do reto é uma das doenças mais comuns a nível global, sendo que dois terços de novos casos têm lugar em países desenvolvidos. Enquanto que a genética desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do cancro, foi também descoberto que uma dieta pobre em gorduras e rica em fibras pode reduzir o risco de cancro.
Os nutricionistas consideram os frutos secos um dos superalimentos concebidos pela natureza dado ao seu conteúdo nutricional rico. Estes contém uma grande quantidade de ácidos gordos insaturados, fibra, vitaminas e minerais, assim como fitoquímicos e antioxidantes, o que os torna uma das opções dietéticas mais saudáveis. Com o aumento da incidência do cancro do cólon, os investigadores pretendem descobrir se a inclusão de frutos secos na dieta alimentar pode ajudar na prevenção do cancro do cólon.
Investigadores na Coreia seguiram 900 pacientes diagnosticados com cancro colorretal e recolheram também dados acerca do seu historial alimentar. Através de questionários providenciados aos pacientes, estes puderam fornecer informações acerca dos alimentos que faziam parte da sua dieta escolhendo de 106 itens, entre os quais diferentes tipos de frutos secos, e a frequência de ingestão de cada um. As respostas foram comparadas com as do grupo de controlo de 1,800 sujeitos que não sofrem de cancro do cólon.
Dos resultados obtidos, disponíveis numa publicação recente do Nutrition Journal, os investigadores descobriram uma correlação estatisticamente significativa entre a inclusão de frutos secos na alimentação e a redução do risco de cancro do cólon. A presença do cancro teve uma relação inversa com a inclusão de frutos secos na alimentação, i.e. taxas baixas de ocorrência de cancro do cólon foram registadas no grupo de pacientes de ambos os sexos que reportaram ingerir três ou mais porções (cerca de 45g) de frutos secos por dia. E enquanto que os processos bioquímicos por trás deste fenómeno permanecem desconhecidos, os dados obtidos abrem portas para mais e mais detalhados estudos na identificação destes fatores benéficos.
Esta investigação foi levada a cabo na Coreia onde o consumo de frutos secos é elevado. Estes são frequentemente incluídos na confeção de pratos e são também um dos aperitivos mais comuns. No entanto, se validadas, estas recomendações alimentares vão além fronteiras e podem tornar-se universais. O aumento da ingestão de produtos naturais, ao invés de produtos processados, pode de fato resultar em benefícios tangíveis. A ingestão de frutos secos em moderação é já considerado um hábito saudável e talvez ajude na luta para a prevenção do cancro.
Escrito por Jay Martin, M.D.
Traduzido por Ângela Carvalho, PgC
Referências:
Lee, J., et al. “The relationship between nut intake and risk of colorectal cancer: a case control study”. Nutritional Journal (2018) 17:37. https://doi.org/10.1186/s12937-018-0345-y.